Risco aumentado para cânceres devido à baixa cobertura vacinal contra Papilomavírus Humano (HPV)

HPV

Mais uma vez, especialistas e autoridades sanitárias acenderam o alerta para o risco aumentado do desenvolvimento de cânceres causados por Papilomavírus Humanos (HPV) devido à baixa procura pela vacinação preventiva.

Sabidamente existem mais de 200 tipos de vírus HPV, sendo que alguns deles têm potencial para desenvolver lesões pré-cancerígenas que evoluem para cânceres como de colo de útero, de vagina, de vulva, de boca, de língua, de orofaringe, de pênis e de ânus; dentre os causadores e mais prevalentes estão os vírus tipo 16 e tipo 18. Outros tipos virais são responsáveis por verrugas genitais, e os mais comuns são os tipos 6 e 11.

Muitas pessoas no mundo são portadoras de vírus HPV, adquiridos por meio de relações sexuais sem proteção, por falta de uso de preservativos, e a maioria das infecções são silenciosas e assintomáticas. Entretanto, temos a disposição uma forma altamente eficaz na prevenção de manifestações desencadeadas pelos vírus HPV, que é a vacina.

A vacina atualmente disponível no Brasil é quadrivalente e protege as pessoas contra os quatro tipos de vírus mais prevalentes já mencionados, responsáveis por provocar diferentes tipos de cânceres e verrugas nas regiões genitais. A recomendação é que o indivíduo se vacine antes do início da vida sexual ativa, principalmente por esta razão recomenda-se vacinar as crianças. Mas, a possibilidade de proteção está estendida aos adultos também, porém para indivíduos saudáveis a obtenção da vacina é exclusiva na rede particular de imunização.

Neste momento a grande preocupação está relacionada com o esquema vacinal incompleto tanto feminino quanto masculino. Para crianças de 09 a 14 anos a recomendação são duas doses vacinais e, para mulheres de 15 até 45 anos e homens de 15 até 26 anos, imunocompetentes, a recomendação são três doses vacinais para a obtenção da proteção completa prometida pela vacina.

Anualmente a meta do Ministério da Saúde é vacinar ao menos 80% da população elegível, porém, registros da cobertura vacinal conferidos entre as crianças (09 a 14 anos) está aquém do esperado.

No último ano, o único índice cumprido foi a vacinação de meninas com a primeira dose chegando a aproximadamente 80% de vacinadas, mas despencou na segunda dose que ficou em cerca de 55%; já para os meninos a média para primeira dose ficou em cerca de 57% de vacinados e a segunda dose em cerca de 36% apenas. Estas constatações demonstram o risco que a população jovem está correndo para o desenvolvimento de cânceres na fase adulta.

Apesar da disponibilidade da vacina aqui no Brasil, outro dado preocupante está relacionado ao constante aumento de casos de câncer de colo de útero causado pelos vírus HPV. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2022) este tipo de câncer é o terceiro mais prevalente e o quarto que mais mata mulheres, no Brasil, a cada ano.

A desinformação, a falta de conhecimento sobre a vacina, e as “Fake News” também podem contribuir para a baixa cobertura vacinal. Muitos acreditam que a vacina possa causar sequelas irreversíveis e eventos adversos muito graves. Mas ao contrário do que se imagina, eventos adversos podem até ocorrer, porém, em poucas horas/dias podem ser resolvidos e desaparecerem por completo; o pior é não se vacinar e enfrentar o risco de adoecimento por lesões graves que podem levar a incapacidade, a limitações e até a morte.

Por estas razões comentadas faz-se o apelo para que pais e responsáveis levem seus filhos para se vacinarem e se protegerem contra os vírus HPV o mais precoce possível; e para que adultos, sexualmente ativos, que estão nas faixas etárias indicadas, também se vacinem para evitar infecções virais e problemas futuros de saúde.

Contudo, diante de todo este cenário apresentado, a excelente notícia é que há esperança em dias melhores para o combate de cânceres causados por papilomavírus.

Pesquisadores e a comunidade científica estão constantemente tentando encontrar novas possibilidades para aumentar a proteção da população mundial contra as manifestações preveníveis, causadas por HPV, por meio da vacinação.

Estudos espalhados pelo mundo estão resultando em novas respostas sobre a diminuição de doses vacinais para a garantia de proteção da população; resultando em novas formulações vacinais que possam proteger as pessoas contra um maior número de tipos de papilomavírus; resultando em ampliar a cobertura vacinal para homens até 45 anos de idade; ente outros resultados promissores!

Sendo assim, confiem na ciência e nos benefícios que ela nos traz! Não deixem de se proteger e a quem mais amam. Vacinem-se!

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REFERÊNCIAS

INCA. Instituto Nacional de Câncer. Ministério da Saúde. Estatística de câncer. 25 abr. 2022. Disponível em: https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer. Acesso em: 25 maio. 2022.

JORNAL NACIONAL. Taxa de vacinação contra HPV está bem abaixo da meta. 23 maio. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/05/23/taxa-de-vacinacao-contra-hpv-esta-bem-abaixo-da-meta.ghtml. Acesso em: 24 maio 2022.

SBIM. Sociedade Brasileira de Imunizações. SBIm reitera importância da vacina HPV para a população masculina de 27 a 45 anos. 20 maio 2022. Disponível em: https://sbim.org.br/noticias/1680-sbim-reitera-importancia-da-vacina-hpv-para-a-populacao-masculina-de-27-a-45-anos. Acesso em 20 maio 2022.

SOARES. A.L. Baixa adesão à vacinação de HPV contribui para aumento dos casos de câncer no útero. 17 nov. 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/baixa-adesao-a-vacinacao-de-hpv-contribui-para-aumento-dos-casos-de-cancer-no-utero/. Acesso em: 24 maio 2022.

VARELLA, D. Desinformação gera baixa adesão à vacinação contra o HPV. 21 maio 2022. Disponível em: https://campos24horas.com.br/editoria/desinformacao-gera-baixa-adesao-a-vacinacao-contra-o-hpv.html. Acesso em: 24 maio 2022.

VASCONCELOS, R. Dose única de vacina de HPV pode solucionar a baixa cobertura no Brasil. 13 maio 2022. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/rico-vasconcelos/2022/05/13/dose-unica-de-vacina-de-hpv-pode-solucionar-a-baixa-cobertura-no-brasil.htm. Acesso em: 24 maio 2022.